Salve Maria!
Este texto já muito conhecido, porém salutar ao leitor Gustavo, defensor da RCC.
Segue:
O inimigo mortal do homem não perde tempo.
O Protestantismo arrancou meia Cristandade da Igreja. A Revolução Francesa e a democracia aniquilaram sua influência na esfera civil. Com o Concílio Vaticano II, chega finalmente ao seu coração.
“Liberdade”, “igualdade” e “fraternidade”, ideal assumido pela Igreja sob a nova face de “liberdade religiosa”, “colegialidade” e “ecumenismo”.
A jogada, envenenar o Corpo Místico de Cristo.
O meio, que a autoridade eclesiástica hasteie e imponha os princípios da Revolução.
O fim, a autodestruição da Igreja pela via da obediência
O golpe de mestre de satanás
Sabemos pelo Gênesis e melhor ainda pelo próprio Nosso Senhor que Satanás é o pai da mentira. No versículo 44, capítulo 8 do Evangelho de São João, Nosso Senhor interpela os judeus dizendo-lhes:
“Vós sois filhos do demônio, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio, e não permaneceu na verdade; porque a verdade não está nele; quando ele diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira...”
Satanás é homicida nas perseguições sangrentas, pai da mentira nas heresias, em todas as falsas filosofias e nas palavras equívocas que estão na base das revoluções, das guerras mundiais, das guerras civis.
Não cessa de atacar Nosso Senhor em seu Corpo Místico: a Igreja. No curso da História empregou todos os meios, dos quais um dos últimos e mais terríveis foi a apostasia oficial das sociedades civis. O laicismo dos Estados foi e será sempre um escândalo imenso para as almas dos cidadãos. E é por esse subterfúgio que conseguiu laicizar pouco a pouco e fazer perder a fé numerosos membros da Igreja, a tal ponto que esses falsos princípios de separação da Igreja e do Estado, da liberdade das religiões, do ateísmo político, da autoridade que toma sua origem dos indivíduos, terminaram por invadir os seminários, os presbitérios, os bispados e até o Concílio Vaticano II.
Para fazer isso, Satanás inventou palavras chaves que permitiram que os erros modernos e modernistas penetrassem no Concílio: a liberdade foi introduzida mediante a Liberdade religiosa, ou Liberdade das religiões; a igualdade, mediante a Colegialidade, que introduz os princípios do igualitarismo democrático na Igreja e, finalmente, a fraternidade mediante o Ecumenismo que abraça todas as heresias e erros e oferece a mão a todos os inimigos da Igreja. O golpe de mestre de Satanás será, por conseguinte, difundir os princípios revolucionários introduzidos na Igreja pela autoridade da própria Igreja, pondo esta autoridade em uma situação de incoerência e de contradição permanente; enquanto este equívoco não for dissipado, os desastres se multiplicarão na Igreja. Ao se tornar equívoca a liturgia, se torna equívoco o sacerdócio, e tendo ocorrido o mesmo com o catecismo, a Fé, que não se pode manter senão na verdade, se dissipa. A própria Hierarquia da Igreja vive em um equívoco permanente entre a autoridade pessoal, recebida pelo sacramento da Ordem e a Missão de Pedro ou do Bispo e os princípios democráticos.
É preciso reconhecer que a trapaça foi bem feita e que a mentira de Satanás foi utilizada maravilhosamente. A Igreja vai destruir a si mesma por via da obediência. A Igreja vai se converter ao mundo herege, judeu, pagão, pela obediência, mediante uma Liturgia equívoca, um catecismo ambíguo e cheio de omissões e de novas instituições baseadas sobre princípios democráticos.
As ordens, as contra-ordens, as circulares, as constituições, as cartas pastorais serão tão bem manipuladas, tão bem orquestradas, mantidas pela onipotência dos meios de comunicação social, pelo que resta dos movimentos da Ação Católica, todos marxizados, que todos os fiéis honrados e os bons sacerdotes repetirão com o coração quebrado mas consentindo: Temos que obedecer! A quem, a que? Não se sabe exatamente: à Santa Sé, ao Concílio, às Comissões, às Conferências Episcopais? Qualquer um aqui se perde como nos livros litúrgicos, nos ordos diocesanos, na emaranhada bagunça dos catecismos, das orações do tempo atual, etcétera. Temos que obedecer, com perigo de se tornar protestante, marxista, ateu, budista, indiferente, pouco importa! Temos que obedecer através das negações dos sacerdotes, da inoperância dos Bispos, salvo para condenar àqueles que querem conservar a Fé, através do matrimônio dos consagrados a Deus, da comunhão aos divorciados, da inter-comunhão com os hereges, etc. Temos que obedecer! Os seminários se esvaziam e são vendidos como os noviciados, as casas religiosas e as escolas; se saqueiam os tesouros da Igreja, os sacerdotes se secularizam e se profanam em sua vestimenta, em sua linguagem, em sua alma!... temos que obedecer. Roma, as Conferências Episcopais, o Sínodo presbiterial o querem. É o que todos os ecos das Igrejas, dos jornais, das revistas repetem: aggiornamento, abertura ao mundo. Desgraçado seja aquele que não consente. Tem direito a ser pisoteado, caluniado, privado de tudo o que lhe permitiria viver. É um herege, é um cismático, que merece unicamente a morte.
Satanás conseguiu verdadeiramente um golpe de mestre: consegue fazer com que sejam condenados aqueles que conservam a fé católica por aqueles mesmos que a deveriam defender e propagar.
Já é tempo de encontrar novamente o senso comum da fé, de reencontrar a verdadeira obediência à verdadeira Igreja, oculta sob essa falsa máscara do equívoco e da mentira. A verdadeira Igreja, a Santa Sé verdadeira, o Sucessor de Pedro, os Bispos enquanto submetidos à Tradição da Igreja, não nos pedem e não nos podem pedir que nos tornemos protestantes, marxistas ou comunistas. Pois bem, se poderia crer ao ler certos documentos, certas constituições, certas circulares, certos catecismos que nos pedem que abandonemos a verdadeira Fé em nome do Concílio, de Roma, etc.
Devemos negar a tornarmo-nos protestantes, a perder a Fé e a apostatar como o fez a sociedade política depois dos erros difundidos por Satanás na Revolução de 1789. Recusamo-nos a apostatar, ainda que fosse em nome do Concílio, de Roma, das Conferências Episcopais.
Permanecemos aderidos, sobretudo, a todos os Concílios dogmáticos que definiram a perpetuidade de nossa Fé. Todo católico digno desse nome deve rejeitar todo relativismo, toda evolução de sua fé no sentido de que o que foi definido solenemente pelos Concílios em outros tempos deixaria de ser válido hoje e poderia ser modificado por outro Concílio, com maior ainda razão se é simplesmente pastoral.
(...)
Se parecemos estar em uma situação anormal é porque aqueles que hoje têm a autoridade na Igreja queimam o que antes haviam adorado e adoram o que antes era queimado.
Os que se apartaram da via normal e tradicional são aqueles que terão que voltar ao que a Igreja sempre ensinou e ao que sempre realizou.Como poderá ocorrer isso? Humanamente falando, parece sim que somente o Papa, digamos um Papa, poderá restabelecer a ordem destruída em todos os campos.
Mas é preferível deixar estas coisas à Providência divina.
No entanto, nosso dever consiste em fazer tudo para conservar o respeito à Hierarquia na medida em que seus membros ainda formam parte dela, e saber fazer a distinção entre a instituição divina à qual devemos estar muito aferrados, e os erros que podem professar alguns maus pastores. Devemos fazer o que for possível para iluminá-los e convertê-los com nossas orações, e nosso exemplo de mansidão e firmeza.
Excertos do Texto de Dom Marcel Lefebvre.
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