30 de junho de 2011

São Longuinhos




Vamos iniciar amanhã o mês em honra do Preciosíssimo Sangue de Cristo, o mês de julho e resolvi hoje falar um pouco de São Longuinhos, pois foi através de sua lança que do Sagrado Coração de Cristo jorraram Sangue e Água! Hoje, que é o último dia do mês consagrado a este Doce Coração!

São Longuinhos viveu no primeiro século, contemporâneo de Jesus, e seria o centurião romano que reconheceu Cristo como sendo o "filho de Deus" na crucificação. Veja Mateus 27:54; Marcos 15:39 e Lucas 23:47. Ele seria o soldado que feriu o lado de Jesus com a sua lança (Jo :19:34).

Provavelmente porque Longinus é derivado do grego "longche" que significa lança.

Diz a tradição que a água que saía do lado ferido de Jesus respingou em seu rosto e ele imediatamente sarou de uma grande problema de visão, e converteu-se, deixou o exército, recebeu instrução dos apóstolos e tornou-se um monge na Caesarea, Capadócia (hoje Turquia) .

Diz a tradição que foi preso e torturado para renegar sua fé tendo seus dentes sido arrancados e a língua cortada, mas o juiz encarregado do martírio ficou cego e Longinhos voltou a falar dizendo ele (juiz) só ficaria curado após a sua morte. Foi imediatamente decapitado e logo após o juiz ficou completamente são e se converteu.

Lança do Soldado Longuinhos

Sua lança é reverenciada como uma relíquia religiosa. É chamada de Sagrada Lança, pois tocou o corpo de Jesus e está preservada  em uma igreja da Antióquia. Atualmente, está a mostra no Museu de Viena, na Áustria.

Na Espanha e no Brasil ele é o protetor para encontrar objetos perdidos; mas confesso que mais adequado seria ser protetor daqueles que buscam a fé e desejam ter os olhos da alma curados.

Oração:

São Longuinhos, o senhor que teve os olhos curados pelo Sangue e Água que jorravam do Sagrado Coração de Jesus, intercedei por nós para que também tenhamos os olhos da alma curados e assim possamos buscar a verdadeira conversão! Amém.



28 de junho de 2011

Onde buscar consolo e refúgio?

Salve Maria!

Nestes tempos de total apostasia, onde nos é difícil ter a Santa Missa; tempos em que os Filhos da Virgem Santíssima são odiados e perseguidos pelos filhos da serpente, tempos estes onde em cada situação vivida tem uma cilada armada do inimigo de Deus a nos esperar, então fica a pergunta: onde devemos buscar consolo e refúgio???

Nosso refúgio é o território do Imaculado Coração da Sempre Virgem Maria, local onde Nosso Senhor Jesus Cristo é amado perenemente, local onde a Santíssima Trindade é adorada perfeitamente; local onde podemos nos juntar aos Santos e Anjos e com eles glorificar a Deus com toda dignidade.

Não há outro lugar, não há outra forma de encontrar consolo e refúgio para estes tempos em que a abominação da desolação assentou-se no Templo Santo de Deus! 

Para todos que hoje estão travando batalhas, este é meu conselho, busquem o Imaculado Coração de Maria!


Imaculado Coração de Maria, seja a nossa salvação!


19 de junho de 2011

Da natureza e da existência do sacrifício da Missa



P. O que é Missa?
R. Missa é, pois, o sacrifício do corpo e do sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, imolado desde o princípio do mundo pelas promessas feitas por Deus e pela fé dos justos, aos quais se aplicavam, antecipadamente, seus frutos.

P. Há figuras do santo sacrifício no livro do Gênesis?
R. Sim. No Gênesis encontramos figuras do santo sacrifício, como, por exemplo, as ofertas de Abel, de Abraão e de Melquisedec.

P. E na lei de Moisés?
R. Encontramos, também, figuras daquele sacrifício na lei de Moisés, como no cordeiro pascal, e na variedade de tantos outros sacrifícios por ele estabelecidos, cujos diferentes objetos convergem para a única imolação de valor infinito, a Missa, anunciada pelos profetas.

P. Quando se iniciou o santo sacrifício?
R. Podemos afirmar que aquele santo sacrifício se iniciou na Encarnação do Verbo, passando pelo nascimento de Cristo e pela apresentação no templo.

P. Quando Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu o santo sacrifício?
R. O santo sacrifício foi instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo na véspera da sua morte, consumado no Calvário de modo cruento, e continuado nos nossos altares para ser, até o fim dos tempos, o único e verdadeiro sacrifício, que pessoalmente nos aplica o preço do sangue divino derramado na cruz, para oferecer perpetuamente Deus (Filho) a Deus (Pai) pelo ministério dos sacerdotes legítimos, a quem Cristo designou este poder.

P.Como é oferecido o santo sacrifício do corpo e do sangue de Cristo?
R. Este sacrifício é oferecido sob as espécies de pão e de vinho, que mantém suas aparências como a cor e o sabor. Estas aparências, ou acidentes, permanecem e subsistem mesmo depois que a substância de pão e de vinho se convertem, realmente, no corpo e sangue do nosso Salvador.

P. Por que Nosso Senhor Jesus Cristo utilizou o pão e o vinho ao instituir este santo sacrifício?
R. Porque, conforme diz a Escritura, o pão é o fundamento da vida (Ps 103), e o vinho é o símbolo de tudo que encanta e alegra o coração do homem. Assim Nosso Senhor, ao fazer deles a matéria do seu sacrifício, quis nos ensinar a imolar, com ele e nele, a nossa vida e tudo quanto dela nos é grato e querido.

P. Poderia haver melhor símbolo para este santo sacrifício?
R. Não. Nenhum outro símbolo seria mais próprio, para nos dar a justa idéia do Deus que se sacrifica, que é o autor dos nossos bens, o conservador do nosso ser, o Senhor da vida e da morte, e o dispensador das nossas alegrias e dos nossos pesares. Assim, nenhum outro sinal poderia inspirar melhor o elevado pensamento da imolação do homem, que deve unir-se a esta vítima, e de pertencer a Nosso Senhor na vida e na morte.

P. Que mais nos ensinam o pão e o vinho?
R. Como os alimentos nos foram concedidos por Deus, para o indispensável sustento da nossa vida, ao consagrá-los ao Senhor reconhecemos exteriormente que a Ele pertence nossa existência e que Ele é o dono absoluto dos nossos dias.

P. Há na Sagrada Escritura outras referências a ocasiões em que os homens sacrificaram alimentos a Deus, como símbolo da Eucaristia?
R. Sim. Conforme relata a Escritura, Abel oferecia ao Senhor o leite das suas ovelhas; Caím, os frutos da terra; depois do dilúvio, Noé e seus descendentes sacrificavam animais que lhes eram permitido comer; Melquisedec, imagem de Nosso Senhor, oferecia o pão e o vinho, para expressar o reconhecimento dos soldados preservados dos perigos da guerra. Vimos, também, a oferta da flor de farinha, o vinho, o sal e o azeite sendo consumidos no altar judaico, as primeiras colheitas levadas com solenidade ao templo, e Jesus Cristo, em fim, escolher o pão e o vinho como matéria do seu sacrifício, e conservar estas aparências, mesmo depois de ter consumado a misteriosa mudança ( a transubstanciação).

P. O que é a Eucaristia?
R. A Eucaristia é, ao mesmo tempo, sacrifício enquanto oferecida a Deus, e alimento sacramental enquanto recebida pelo homem, conforme no-lo explica S. Thomas. Portanto, dom de união do homem com Deus, e dos homens entre si. Que mais ditosa imagem deste alimento espiritual e desta união inefável, que é a participação da vítima sob as espécies de pão e de vinho!

P. A Missa é o sacrifício da nova lei?
R. A celebração e a consagração da Eucaristia, que normalmente denominamos Missa,é o sacrifício verdadeiro, real e propriamente dito, da nova lei.

P. Por que a Missa é sacrifício da nova lei?
R. Porque nela se encontram todas as condições do sacrifício instituído pelo Nosso Salvador, para todo o sempre.

P. Quais são as condições do sacrifício?
R. No sacrifício feito a Deus há: a oblação, o holocausto, a Eucaristia, a hóstia de propiciação devido ao pecado, e a impetração.

P. O que é oblação?
R. É a oferta de algo sensível, do corpo e sangue de Cristo, sob as espécies de pão e de vinho, que são percebidas pelos nossos sentidos.

P. A quem é feita a oblação?
R. A oblação da Missa é feita somente a Deus, conforme estabelecido dogmaticamente pela Igreja.

P. Quem realiza a oblação?
R. A oblação é feita por Jesus Cristo, pontífice supremo, que fala por si mesmo e em seu nome, e por um sacerdote canonicamente ordenado – o padre - que fala em nome de Jesus Cristo, a quem empresta sua voz e o representa, e por toda a Igreja, da qual o sacerdote é o verdadeiro e legítimo embaixador junto a Deus, para oferecer o sacrifício em nome dos fiéis.

P. A oblação pode ser feita pelos fiéis?
R. Não. A oblação é oferecida a Deus somente pelo sacerdote, ministro legítimo, que fala na pessoa de Cristo.

P. Por que se diz que a Missa é um holocausto?
R. Porque na Missa rendemos a Deus o culto de latria, ou seja, adoração suprema e de total dependência a Deus, a quem oferecemos a adoração do próprio Deus (Cristo), de quem reconhecemos supremo domínio, a quem apresentamos a morte de Deus (Cristo), unindo o culto da nossa alma e do nosso coração à adoração de Deus sacerdote (Cristo) e à morte de Deus vítima (Cristo).

P. Por que a Missa é Eucaristia?
R. Diz-se que a Missa é Eucaristia, ou ação de graças, porque nela elevamos a Deus não só os dons que recebemos da plenitude da sua misericórdia, como também o mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo, manancial desta plenitude de graças.

P. Por que dizemos que a Missa é uma hóstia de propiciação, devido ao pecado, oferecida a Deus?
R. Porque, através dessa hóstia de propiciação, imploramos à misericórdia divina para apaziguar sua justiça, oferecendo a imolação de Cristo (o próprio Deus) que se dignou tomar sobre si todas as nossas iniqüidades e reunir nossa fraca e insuficiente dor de arrependimento à sua satisfação infinita.

P. Por que a Missa é também um sacrifício de impetração?
R. Porque na Missa pedimos e recebemos todos os bens necessários à salvação do corpo e da alma.

P. Não pedimos e recebemos esses bens em outras orações?
R. Sim, porém a diferença é que, na Missa, não somos nós quem os suplica, mas o próprio Deus (Cristo) quem pede e quem ouve; nós somente unimos nossa fraqueza às suas orações. Assim, por meio deste divino intercessor nossas orações sobem aos céus, chegam ao Nosso Pai celestial e são por Ele acolhidas favoravelmente.

P. Como podemos nos certificar que nossas orações na Missa são favoravelmente acolhidas pelo nosso Pai celestial?
R. S. Paulo apóstolo no-lo garante ao nos dizer: "Como Deus não nos dará todos os bens, depois de nos ter dado seu próprio Filho para ser o oferecimento do nosso sacrifício"?

P. Que conclusão principal chegamos do que foi explicado acima?
R. Conclui-se que a Missa é o verdadeiro sacrifício estabelecido por Jesus Cristo para a nova aliança.

P. Há alguma referência no Antigo Testamento sobre a Missa, como sacrifício da nova lei a ser estabelecido por Cristo?
R. Sim, e o profeta Malaquias anuncia (I, 11):
1º - A revogação dos sacrifícios antigos: "Eu não receberei mais oblações das vossas mãos", disse o Senhor aos judeus;
2º - A substituição do dos sacrifícios antigos, por um novo e excelente sacrifício: "Em todo o lugar se oferece em sacrifício ao meu nome, uma hóstia pura"; quer dizer, será oferecida, porque, na linguagem profética o futuro se anuncia como presente.

P. Por que as palavras do profeta Malaquias, acima citadas, referem-se ao santo sacrifício da Missa?
R. As palavras do profeta Malaquias referem-se ao santo sacrifício da Missa, pois:
1º - afirmam que Deus não mais receberá nenhum sacrifício oferecido anteriormente:
a – dos judeus, nem mesmo as vítimas legais dos seus sacrifícios, pois Deus quer substituí-las por uma nova e excelente hóstia;
b – dos pagãos, com maior razão sacrifício algum, que nunca os aceitara, pois seus altares impuros serviam aos demônios.
2º - afirmando que "em todo o lugar se oferece em sacrifício uma hóstia pura", Deus também não se refere diretamente nem mesmo à imolação da cruz, que ocorreu só uma vez no Calvário; mas refere-se claramente ao Santo Sacrifício da Missa, que oferece a hóstia pura, e que ocorre em todo lugar;
3º - afirmam que não será um sacrifício nem mesmo espiritual, da alma e do coração, de agradecimento e de boas obras, que havia sido sempre praticado, pois o texto da profecia expressa um sacrifício exterior propriamente dito.
Seu sentido claramente nos indica um sacrifício novo, de uma vítima pura a Ele oferecida em todo o lugar, que é exatamente a oblação da Eucaristia na Missa, ou seja, o puro e próprio sacrifício de Deus (Cristo) vítima, oferecido à majestade do seu nome por todos os povos e em todos os lugares.

P. A profecia de Malaquias foi realmente cumprida?
R. Sim; e para nos certificarmos disto, basta ler os Evangelistas e S. Paulo.

P. Que nos dizem os Evangelistas e S. Paulo?
R. Os Evangelhos de S. Mateus (26), de S. Marcos (14) e de S. Lucas (22) e São Paulo nos dizem que, estando com seus discípulos na noite em que Nosso Senhor foi entregue, e após terminar a ceia da antiga páscoa, que ia ser abolida com todos os sacrifícios da lei antiga, para ser substituída pela oblação pura e universal do verdadeiro cordeiro pascal: (S. Mateus, XXVI (26-28)): "Estando, eles, porém, ceando, tomou Jesus o pão e o benzeu, e partiu-o e deu-o aos seus discípulos e disse: Tomai e comei, ISTO É O MEU CORPO." "E tomando o cálice, deu graças e deu-lho dizendo: Bebei dele todos." "Porque este é o meu SANGUE do novo testamento, que será derramado por muitos, para remissão dos pecados."; (S. Marcos, XIV (22-24)): "E quando eles estavam comendo, tomou Jesus o pão; e, depois de o benzer, partiu-o e deu-lho, e disse: Tomai, ISTO É O MEU CORPO." "E tendo tomado o cálice, depois que deu graças, lho deu: e todos beberam dele." "E Jesus lhes disse: ESTE É O MEU SANGUE do novo testamento, que será derramado por muitos."; (S. Lucas, XXII (23-25)): "Também depois de tomar o pão deu graças e partiu-o e deu-lho, dizendo: ISTO É O MEU CORPO que se dá por vós; fazei isto em memória de mim." "Tomou também da mesma sorte o cálice, depois de cear, dizendo: Este cálice é o novo testamento em MEU SANGUE, que será derramado por vós.;( I Coríntios, XI, 23-29): ""Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei a vós, que o Senhor Jesus, na noite em que foi entregue, tomou o pão, e dando graças, o partiu, e disse: recebei e comei; isto é o meu corpo, que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Igualmente depois de ter ceado, (tomou) o cálice, dizendo: este cálice, é o novo testamento no meu sangue, fazei isto em memória de mim todas as vezes que o beberdes. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que ele venha. Portanto todo aquele que comer este pão ou beber este vinho indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, a si mesmo o homem, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque aquele que o come e bebe indignamente, come e bebe para si a condenação, não distinguindo o corpo do Senhor"

P. No decorrer de sua pregação fez, Nosso Senhor, alguma referência a esta instituição?
R. Sim. Aos seus discípulos, em Cafarnaum, Jesus lhes dissera que era necessário comer sua carne e beber seu sangue, para se alcançar a vida eterna.
Para efetuar esse milagre, disse simplesmente após a Ceia: Tomai e comei, isto é o meu corpo; tomai e bebei, este é o meu sangue. Eis a consumação deste divino sacrifício no cumprimento de todos os mistérios.
Nele Cristo renova sua morte, sua ressurreição e sua vida gloriosa. Através dele Cristo alimenta sua Igreja com seu próprio corpo para torná-la um corpo santo, sempre vivo, e dar-lhe a graça da imortalidade gloriosa. Seria possível imaginar palavras mais significativas, termos mais fortes, mais enérgicos em sua sensibilidade, ou mais expressivos em seu sentido do que os que Ele empregou? –Este é o meu corpo, este é o meu sangue; fazei isto. Estas palavras de Jesus são absolutamente decisivas.

P. Por que as palavras empregadas por Nosso Senhor "Tomai e comei, isto é o meu corpo; tomai e bebei, este é o meu sangue" são decisivas?
R. As palavras empregadas por Nosso Senhor são decisivas porque foram proferidas pelo próprio Deus (Filho); portanto, ao mesmo Deus onipotente que dissera "faça-se a luz" (Gen) e a luz foi feita, reconhecemos o infinito valor daquelas sublimes palavras.

P. Não encontramos referência à instituição da Eucaristia no Evangelho de S. João?
R. Apesar de não descrever a Santa Ceia, S. João penetra no coração do Salvador e nos expõe os sentimentos que dirigiam a ação de Nosso Senhor naquela ocasião, dizendo: "tendo Jesus amado os seus, os amou até o fim" (Jo 13) e, podemos acrescentar, até em excesso.

P. Por que S. João fez aquela afirmação?
R. Para nos revelar que Jesus, Deus onipotente, na Ceia, nos deu a maior prova do seu amor, nos deixando seu próprio corpo e seu próprio sangue, como alimento espiritual.

P. Como essa dádiva de Jesus chega a nós?
P. Através do poder de oferecer o sacrifício instituído no Cenáculo, pois, Nosso Salvador deu claramente aos apóstolos, e sucessores bispos da Santa Igreja, este poder, por meio destas palavras:"Fazei isto em minha memória".

P. Que significa essa ordem dada aos apóstolos e sucessores por Nosso Senhor?
R. Através dessa expressão Nosso Senhor ordena aos apóstolos e sucessores que não devem fazê-lo somente como lembrança e simples representação do que Ele fizera, mas sim, "Fazei isto", que Ele mesmo fizera e como realmente fizera.

P. Além do significado vital acima exposto, que mais podemos deduzir daquela ordem?
R. Pelas palavras empregadas por Nosso Senhor deduz-se que Ele ordena aos apóstolos que não façam outro sacrifício, distinto ou separado da oblação que Ele fizera, mas sim o mesmo que Ele ofereceu: "Tomai e comei, pois isto é o meu corpo; tomai e bebei, pois este é o cálice do meu sangue".

P. Que significa "em minha memória"?
R. A expressão final da ordem de Nosso Senhor quer dizer:
a – Fazei em minha memória, porque sou vosso Deus e Senhor;
b – Em memória da autoridade e poder que dei à minha Igreja;
c – Em memória dos meus padecimentos e de minha morte, que renovareis todas as vezes que fizerdes isto;
d – Em memória da nova aliança que fiz com os homens, derramando aqui meu sangue e, portanto, oferecendo-o em sacrifício;
e – Em minha memória, ofereceis esta oblação, ou efusão do meu sangue misterioso, sobre esta mesa, que na Cruz confirma o Novo Testamento, assegurando aos homens minha nova e irrevogável vontade de obter-lhes as graças da salvação e da herança do céu, com a condição de serem fiéis aos meus preceitos e ao meu amor, e de fazer uso dos sacramentos que estabeleci, pela remissão dos pecados.

P. Que resumo podemos fazer, com as palavras empregadas por Nosso Senhor, acompanhadas do seu significado, quando da instituição da Eucaristia?
R. O relato do Evangelho, unido ao seu significado, Nosso Senhor diz: fazei, portanto, o que eu fiz, em minha memória, em memória de minha morte e da minha aliança; eu tomei o pão e o vinho; tomai esta matéria e estes símbolos de oblação; eu os abençoei; abençoai-os; eu dei graças; fazei o mesmo; eu parti o pão; parti-o; eu disse: isto é meu corpo, e eu vos dei e vós o recebestes; tomai e dai aos outros: hoc facite.

P. A ordem dada por Nosso Senhor era por um tempo determinado?
R. Não, pelo contrário, Nosso Senhor ordenou que se fizesse o que ele mesmo fizera por todo o tempo que o homem deve passar na terra, pois mandou que se renovasse a oferenda da sua paixão e morte, do seu corpo imolado e do seu sangue vertido, até sua próxima vinda, quando virá para julgar os vivos e os mortos. Portanto, por estas palavras, seu poder passa para os sucessores dos apóstolos, herdeiros do mesmo sacerdócio, e, diz Jesus, "eu estarei convosco", não só ensinando, batizando, governando a Igreja, mas também oferecendo e consagrando conosco, "todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mat 28).

P. Em que cerimônia da Igreja se cumpre a ordem deixada por Nosso Senhor?
R. A cerimônia em que se cumpre a ordem de Nosso Senhor é a Missa, que tem o poder, real e perpétuo, de oferecer e consagrar, o mesmo que Cristo ofereceu e consagrou no Cenáculo, e no Calvário.

12 de junho de 2011

Spiritus Sancte Deus



Kyrie, Eleison
Christie, Eleison
Spiritus Sancte, audi nos
Spiritus Paraclite, exaudi nos
Pater de caelis, Deus, miserere nobis.
Fili redemptor mundi Deus,
Spiritus Sancte Deus,
Sancta Trinitas, unus Deus,
Spiritus veritatis,
Spiritus sapientiae,
Spiritus intellectus,
Spiritus foritudinis,
Spiritus pietatis,
Spiritus recti consilit,
Spiritus scientiae,
Spiritus sancti timoris,
Spriritus caritatis,
Spiritus gaudii,
Spiritus pacis,
Spiritus virtutum,
Spiritus multiformis gratiae,
Spiritus adoptionis Filiorum Dei,
Purificatur animarum nostrarum,
Ecclesiæ catholicæ sanctificator et rector,
Caelestium donorum distributor,
Discretor cogitationum et intetionum cordis,
Dulcedo in tuo servitio incipientium,
Corona perfectorum,
Gaudium angelorum,
Iluminatio patriarcarum,
Instpiratio prophetarum,
Os et sapientiae apostolorum,
Victoria Martyrium,
Scientia Condessorum,
Puritas virginum,
Unctio sanctorum omnium,
Propitius esto, parce nobis Domine,
Porpitius esto, exaudi nos Domine,
Ab omni peccato libera nos Domine,
Ad omnibus tentationinbus et insidiis diaboli,
Ab omnine presumptione e desesperatione,
Ab impugnationem veritatis agnitae,
Ab invidentia fraternae gratiae,
Ab omni obstinatione et impoenitentia,
Ab omni negligentia et tepore animi,
Ab omni immunditia mentis et corporis,
Ab haeresibus et erroribus universais,
Ab omni malo spiritu,
A mala et aeterna morte,
Per aeternam ex Patre ex Filioque processionem tuam,
Per miraculosam conceptionem Filii Dei,
Per descensionem tuam super Christum baptizatum,
Per sanctam apparitionem tuam in tranfiguratione Domine,
Per adventum tuum super discípulos Christi,
In die iudicii.
Peccatores, te rogamus, audi nos.
Ut nobis parcas,
Ut omnia Ecclesia membra vivificare et sanctificare digneris,
Ut verae pietatis, devotionis et orationis donum nobis dare digneris,
Ut sinceros misericordiae charitatisque affectus nobis inspirare digneris,
Ut spiritum novum et cor mundum in nobis creare digneris,
Ut veram pacem et cordis tranquilitatem nobis dare digneris,
Ut ad tollerandas propter iustitiam persecutiones nos dignos et fortes efficias,
Ut nos in gratia tua confirmare digneris,
Ut nos in numerum electorum tuorum recipias,
Ut nos exaudire digneris,
Spiritus Dei,
Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, effunde in nos Spiritum Sanctum.
Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, emitte promissum in nos Patris Spiritum.
Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, da nobis Spiritum bonum.
Spiritus Sanctum, audi nos.
Spiritus Paraclite, exaudi nos.
V. Emitte Spiritum tuum et creabuntur.
R. Et renovabis faciem terrae.
Oremus: Deus qui corda fidelium Sancti Spiritus illustratione docuisti, da nobis in eodem Spiritu recta sapere et de eius semper consolatione gaudere.Lada
Per Christum Dominum nostrum. Amen.



7 de junho de 2011

A voz da Igreja e o “rito ordinário”

 
‘‘O motu próprio constitui só o começo deste novo movimento litúrgico. Bento XVI, de fato, sabe bem que a longo prazo, não poderemos ficar numa coexistência entre a forma ordinária e a extraordinária do rito romano, mas a Igreja terá novamente necessidade no futuro dum rito comum’’
+Cardeal Kurt Koch  17-05-2011

Nosso Senhor conduz as almas para o céu como o pastor conduz as ovelhas a um campo de boas ervas. E neste conduzir as ovelhas, é necessário que o pastor fale e que as ovelhas ouçam a sua voz. Nem uma nem outra pode falhar. É na sua Igreja e através Dela que Jesus Cristo fala e elas O seguem. Elas nunca seguiram outro pastor porque conhecem a sua voz, mas do desconhecido, fogem. Nos dois artigos precedentes assinalamos dois pontos centrais dessa nova teologia chamada ‘Mistério Pascal’:

  • o novo conceito de pecado (art. 1)
  • o novo sentido de memorial (art. 2)

Não queremos ser repetitivos, mas o leitor deve avaliar bem o peso das palavras quando dizemos: esta teologia não pertence ao depósito da Revelação. Isto significa nem mais nem menos que não é Nosso Senhor que fala para as ovelhas, mas outro. Vamos fazer uma pequena trajetória através do missal do “rito ordinário” e do breviário que lhe é correlativo, e ao mesmo tempo iremos colocando ao lado as orações com que sempre a esposa de Nosso Senhor fez rezar seus filhos. Depois desta breve e incompleta relação, iremos dirigir uma pergunta à ovelha.

Mas, antes de começar, gostaríamos de nos antecipar sobre uma dúvida ou perplexidade que poderão ter aqueles que ainda não entraram bem neste sistema de pensamento heterodoxo que é o mistério pascal, sobretudo ao compararem as orações: é verdade que nas orações do novo missal não achamos heresias ou erros evidentes que o possam desacreditar de imediato, mas o mecanismo do mistério pascal, assim como o do modernismo, não é ser herético a priori, senão conduzir a uma certa direção (a da heresia). Assim como ninguém morre de AIDS, senão que o enfermo tem diminuídas as defesas corporais, assim o mistério pascal amolece o católico, de tal sorte que depois já não conseguirá fazer frente aos menores adversários.

Feita esta pequena introdução, vamos à comparação:

De - Para
(Breviario Romano)           Hino de Cristo Rei               (Liturgia das horas)
…uma turma criminosa grita: não queremos que Cristo reine…
…os reis das nações te tributem públicos honores, vos sirvam os mestres e juízes e as leis e artes expressem esta Fé…
… resplandeçam as bandeiras dos reinos a ti dedicadas, e submete a teu manso cetro as famílias e os cidadãos…
…multidões reverentes, no céu, vos adoram e cantam louvores…
VERSO SUPRIMIDO
VERSO SUPRIMIDO
Missal Tridentino
Missal Novo
( 1 de julho)                         Preciosíssimo Sangue                  (missa votiva)
A Igreja consagrara especialmente a festa do Preciosíssimo Sangue (instituída por Pio IX, e depois elevada à categoria de primeira classe em 1933) à profissão destas verdades relativas à Redenção. Por sua carta apostólica Inde a primis, que data de 1960, o Papa João XXIII fomentou esta devoção e recomendou a reza das ladainhas do Preciosíssimo Sangue durante todo o mês de julho. Em 1969 esta festa desaparecia do calendário litúrgico reformado. Depois de muitas reclamações, tornou-se a introduzir uma missa votiva, ainda que não sem mudanças muito significativas.
Oração
Omnipotente e sempiterno Deus, que constituístes o Vosso Unigênito Filho Redentor do mundo, e quisestes aplacar-Vos com o seu Sangue [...], preço da nossa salvação”
Oração
“Senhor, que pelo Preciosíssimo Sangue do vosso Filho redimistes todos os homens, conservai em nós a obra do vosso amor, para que, recordando sempre o mistério da nossa salvação, possamos alcançar os seus frutos”
Quinta Feira Santa e Corpus Christi
S. Paulo aos coríntios: “Portanto, todo aquele que comer deste Pão ou beber o Cálice do Senhor indignamente, será réu do Corpo e do Sangue do Senhor. Examine-se por isso cada um a si mesmo antes de comer este Pão e de beber este Cálice, porque todo aquele que o come e bebe indignamente, come e bebe para si a condenação por não distinguir o corpo do senhor”Suprimiram-se no novo missal as graves admoestações de São Paulo, recordadas na Quinta-feira Santa e na festa de Corpus Christi no missal tradicional
(27 de maio)                 Santo Agostinho de Cantorbery       
(27 de maio)
(falando dos hereges anglicanos)…concedei-nos que pela sua intervenção, os corações dos que erram voltem à unidade da verdade……concedei que os frutos de seu trabalho permaneçam na vossa Igreja com perene fecundidade…
(27 de abril)                              São Pedro Canísio                         (21 de dezembro)
…concedei propício que os que erram voltem à saúde e os fiéis perseverem na confissão da verdade……concedei a todos os que vos procuram a graça de vos encontrar, e aos que creem vós a perseverança na fé…
(8 de fevereiro)   São João de Mata
“Fizestes, Senhor, de São João de Mata o providencial fundador da ordem dos Trinitários para o resgate dos cristãos escravos dos sarracenosNão deu para reformá-la. Suprimida completamente.
(28 de março)                 São João de Capistrano   (23 de outubro)
Ó Deus, que por meio de São João concedestes aos vossos fiéis a graça de triunfar sobre os inimigos da Cruz em virtude do santíssimo nome de Jesus, concedei também a nós que, por sua intercessão, vençamos as insídias de nossos inimigos espirituais e mereçamos receber de vós a coroa da justiça.Ó Deus, que suscitastes o presbítero São João de Capistrano para confortar o povo cristão aflito, colocai-nos sob a vossa proteção e guardai a vossa Igreja em constante paz.
( 5 de maio)                               São Pio  V             (30 de abril)
Ó Deus, que para aplastar os inimigos de vossa Igreja e para restaurar o culto divino vos dignastes colocar no Sumo Pontificado vosso servo S. Pio; fazei que, protegidos por ele e fiéis a vossos mandamentos, possamos triunfar dos ataques de todos os nossos inimigos e gozar de perene tranquilidade.Ó Deus, que suscitastes na Igreja o papa são Pio V, para defender a fé e restaurar a liturgia, concedei-nos, por sua intercessão, participar dos vossos mistérios com fé ardente e fecunda caridade.
LITURGIA DE DEFUNTOS
Sequencia: Dies irae, dies ira…..Desaparecida
Penas do purgatório: …locum refrigerii…Desaparecidas
Trato: “Livrai, Senhor as almas de…..Desaparecido
Ofertório: …livrai as almas da pena do inferno…Desaparecido


Da liturgia dos defuntos ao ordinário da missa, das orações às leituras bíblicas, tudo o que, até indiretamente, podia referir-se à pena devida pelo pecado, foi diminuído, ou até suprimido, pela reforma litúrgica. Neste sentido, a dimensão propiciatória desapareceu do novo missal. Este fato não é mais que a conclusão lógica do que estabelecemos anteriormente: se se considera a missa em primeiro lugar como memorial, mais que como sacrifício,  está claro que a finalidade propiciatória do sacrifício, tão energicamente recordada pelo Concílio de Trento, não podia senão ser deixada de lado em benefício do louvor de ação de graças. A leitura da Institutio Generalis Missalis Romani não deixa nenhuma dúvida quanto a este tema: a dimensão propiciatória jamais se menciona, ao passo que a finalidade eucarística aparece muitas vezes (nº 2, 7, 48, 54, 55, 62, 259, 335 e 339). Ademais, forjou-se um novo vocabulário em torno dessa inversão de valores: falar-se-á de “celebração eucarística” (nº 4, 5, 6, 24, 43, 48, 56, 59, 60, 66, 101, 253, 260, 280, 282, 283 e 284), de “liturgia eucarística”, de “Oração Eucarística”, expressões onipresentes, ao passo que a palavra “missa” é apagada, sem falar na expressão “sacrifício da missa”, convertida em algo obsoleto.

Um outro detalhe (não é um detalhe na verdade) é a total falta de alusão ao combate contra os inimigos da vida espiritual, levando o católico a esquecer destes inimigos, bem mais perigosos que um Saddam ou Osama (e bem mais reais, também).

  • Conclusão

Aparece, assim, uma nova concepção da missa, que não se vive como uma aplicação da Redenção, mas antes como uma liturgia dos que já estão salvos — a do “povo redimido” (Memento da Oração Eucarística III). Em lugar de aplicar, pela mediação do celebrante que obra in persona Christi, as satisfações e os méritos que Cristo adquiriu em seu sacrifício redentor, é todo um povo — “a nação santa, o povo adquirido de Deus, o sacerdócio real” (IGMR 62) — que, na ação de graças, celebra uma Redenção já plenamente cumprida (IGMR 54).

Até aqui, uma colocação aleatória de vários exemplos. 

Agora vem a pergunta iniludível e que não podemos calar:

De quem é a voz da esquerda? E a da direita?

Já se ouve há muito falar que o Papa quer a reforma da reforma, e por isso as palavras do cardeal citadas no começo. Desde o ano de 1969 até agora existiram dois missais e duas missas, e não se mexeu diretamente no missal de 62, mas se fez um novo com aqueles elementos que acharam úteis do antigo, como confessa o então padre Annibale Bugnini numa linguagem próxima à blasfêmia no seu livro póstumo “A reforma da liturgia”.
Será que iremos ter no futuro o missal de 62 “bis”?
Será que agora teremos que perguntar: a qual missa o senhor assiste, 62 ou 62 “bis”?

Teremos o missal de 62 “bis” com a festa de São João Paulo II? Deixamos o leitor imaginar como seria a oração para este ‘‘santo’’.

Mas antes deles colocarem as mãos sobre o missal de 62 (que está em continuidade perfeita com o de 1570 de São Pio V) é bom lembrarmos uma coisa:

…e de esta última edição de Nosso Missal, decretamos que jamais nada seja acrescentado, tirado ou modificado, sob pena de Nossa indignação…mas se alguém ousasse tentá-lo, saiba que incorrerá na indignação do Deus onipotente e dos santos apóstolos Pedro e Paulo…

Esta é a voz do Pastor. Todos os outros que não entram pela porta são ladrões e assassinos que roubam e matam as ovelhas.


pelos Padres do Priorado Padre Anchieta

Sete Excelências da batina

Eis aqui um texto do Padre Jaime Tovar Patrón:
Esta breve coleção de textos nos recorda a importância do uniforme sacerdotal, a batina ou hábito talar. Valha outro tanto para o hábito religioso próprio das ordens e congregações. Em um mundo secularizado, da parte dos consagrados não há melhor testemunho cristão que a vestimenta sagrada nos sacerdotes e religiosos.


“SETE EXCELÊNCIAS DA BATINA.”


“Atente-se como o impacto da batina é grande ante a sociedade, que muitos regimes anticristãos a têm proibido expressamente. Isto nos deve dizer algo. Como é possível que agora, homens que se dizem de Igreja desprezem seu significado e se neguem a usá-la?”

Hoje em dia são poucas as ocasiões em que podemos admirar um sacerdote vestindo sua batina. O uso da batina, uma tradição que remonta a tempos antiqüíssimos, tem sido esquecido e às vezes até desprezado na Igreja pós-conciliar. Porém isto não quer dizer que a batina perdeu sua utilidade, se não que a indisciplina e o relaxamento dos costumes entre o clero em geral é uma triste realidade.

A batina foi instituída pela Igreja pelo fim do século V com o propósito de dar aos seus sacerdotes um modo de vestir sério, simples e austero. Recolhendo, guardando esta tradição, o Código de Direito Canônico impõe o hábito eclesiástico a todos os sacerdotes.

Contra o ensinamento perene da Igreja está a opinião de círculos inimigos da Tradição que tratam de nos fazer acreditar que o hábito não faz o monge, que o sacerdócio se leva dentro, que o vestir é o de menos e que o sacerdote é o mesmo de batina ou à paisana.

Sem dúvida a experiência mostra o contrário, porque quando há mais de 1500 anos a Igreja decidiu legislar sobre este assunto foi porque era e continua sendo importante, já que ela não se preocupa com ninharias.

Em seguida expomos sete excelências da batina condensadas de um escrito do ilustre Padre Jaime Tovar Patrón

1ª RECORDAÇÃO CONSTANTE DO SACERDOTE

Certamente que, uma vez recebida a ordem sacerdotal, não se esquece facilmente. Porém um lembrete nunca faz mal: algo visível, um símbolo constante, um despertador sem ruído, um sinal ou bandeira. O que vai à paisana é um entre muitos, o que vai de batina, não. É um sacerdote e ele é o primeiro persuadido. Não pode permanecer neutro, o traje o denuncia. Ou se faz um mártir ou um traidor, se chega a tal ocasião. O que não pode é ficar no anonimato, como um qualquer. E logo quando tanto se fala de compromisso! Não há compromisso quando exteriormente nada diz do que se é. Quando se despreza o uniforme, se despreza a categoria ou classe que este representa.

2ª PRESENÇA DO SOBRENATURAL NO MUNDO

Não resta dúvida de que os símbolos nos rodeiam por todas as partes: sinais, bandeiras, insígnias, uniformes… Um dos que mais influencia é o uniforme. Um policial, um guardião, é necessário que atue, detenha, dê multas, etc. Sua simples presença influi nos demais: conforta, dá segurança, irrita ou deixa nervoso, segundo sejam as intenções e conduta dos cidadãos.

Uma batina sempre suscita algo nos que nos rodeiam. Desperta o sentido do sobrenatural. Não faz falta pregar, nem sequer abrir os lábios. Ao que está de bem com Deus dá ânimo, ao que tem a consciência pesada avisa, ao que vive longe de Deus produz arrependimento.

As relações da alma com Deus não são exclusivas do templo. Muita, muitíssima gente não pisa na Igreja. Para estas pessoas, que melhor maneira de lhes levar a mensagem de Cristo do que deixar-lhes ver um sacerdote consagrado vestindo sua batina? Os fiéis tem lamentado a dessacralização e seus devastadores efeitos. Os modernistas clamam contra o suposto triunfalismo, tiram os hábitos, rechaçam a coroa pontifícia, as tradições de sempre e depois se queixam de seminários vazios; de falta de vocações. Apagam o fogo e se queixam de frio. Não há dúvidas: o “desbatinamento” ou “desembatinação” leva à dessacralização.

3ª É DE GRANDE UTILIDADE PARA OS FIÉIS

O sacerdote o é não só quando está no templo administrando os sacramentos, mas nas vinte e quatro horas do dia. O sacerdócio não é uma profissão, com um horário marcado; é uma vida, uma entrega total e sem reservas a Deus. O povo de Deus tem direito a que o auxilie o sacerdote. Isto se facilita se podem reconhecer o sacerdote entre as demais pessoas, se este leva um sinal externo. Aquele que deseja trabalhar como sacerdote de Cristo deve poder ser identificado como tal para o benefício dos fiéis e melhor desempenho de sua missão.

4ª SERVE PARA PRESERVAR DE MUITOS PERIGOS

A quantas coisas se atreveriam os clérigos e religiosos se não fosse pelo hábito! Esta advertência, que era somente teórica quando a escrevia o exemplar religioso Pe. Eduardo F. Regatillo, S.I., é hoje uma terrível realidade.

Primeiro, foram coisas de pouca monta: entrar em bares, lugares de recreio, diversão, conviver com os seculares, porém pouco a pouco se tem ido cada vez a mais.

Os modernistas querem nos fazer crer que a batina é um obstáculo para que a mensagem de Cristo entre no mundo. Porém, suprimindo-a, desapareceram as credenciais e a mesma mensagem. De tal modo, que já muitos pensam que o primeiro que se deve salvar é o mesmo sacerdote que se despojou da batina supostamente para salvar os outros.

Deve-se reconhecer que a batina fortalece a vocação e diminui as ocasiões de pecar para aquele que a veste e para os que o rodeiam. Dos milhares que abandonaram o sacerdócio depois do Concílio Vaticano II, praticamente nenhum abandonou a batina no dia anterior ao de ir embora: tinham-no feito muito antes.

5ª AJUDA DESINTERESSADA AOS DEMAIS

O povo cristão vê no sacerdote o homem de Deus, que não busca seu bem particular se não o de seus paroquianos. O povo escancara as portas do coração para escutar o padre que é o mesmo para o pobre e para o poderoso. As portas das repartições, dos departamentos, dos escritórios, por mais altas que sejam, se abrem diante das batinas e dos hábitos religiosos. Quem nega a uma monja o pão que pede para seus pobres ou idosos? Tudo isto está tradicionalmente ligado a alguns hábitos. Este prestígio da batina se tem acumulado à base de tempo, de sacrifícios, de abnegação. E agora, se desprendem dela como se se tratasse de um estorvo?

6ª IMPÕE A MODERAÇÃO NO VESTIR

A Igreja preservou sempre seus sacerdotes do vício de aparentar mais do que se é e da ostentação dando-lhes um hábito singelo em que não cabem os luxos. A batina é de uma peça (desde o pescoço até os pés), de uma cor (preta) e de uma forma (saco). Os arminhos e ornamentos ricos se deixam para o templo, pois essas distinções não adornam a pessoa se não o ministro de Deus para que dê realce às cerimônias sagradas da Igreja.

Porém, vestindo-se à paisana, a vaidade persegue o sacerdote como a qualquer mortal: as marcas, qualidades do pano, dos tecidos, cores, etc. Já não está todo coberto e justificado pelo humilde hábito religioso. Ao se colocar no nível do mundo, este o sacudirá, à mercê de seus gostos e caprichos. Haverá de ir com a moda e sua voz já não se deixará ouvir como a do que clamava no deserto coberto pela veste do profeta vestido com pêlos de camelo.

7ª EXEMPLO DE OBEDIÊNCIA AO ESPÍRITO E LEGISLAÇÃO

Como alguém que tem parte no Santo Sacerdócio de Cristo, o sacerdote deve ser exemplo da humildade, da obediência e da abnegação do Salvador. A batina o ajuda a praticar a pobreza, a humildade no vestiário, a obediência à disciplina da Igreja e o desprezo das coisas do mundo. Vestindo a batina, dificilmente se esquecerá o sacerdote de seu importante papel e sua missão sagrada ou confundirá seu traje e sua vida com a do mundo.

Estas sete excelências da batina poderão ser aumentadas com outras que venham à tua mente, leitor. Porém, sejam quais forem, a batina sempre será o símbolo inconfundível do sacerdócio, porque assim a Igreja, em sua imensa sabedoria, o dispôs e têm dado maravilhosos frutos através dos séculos.

 

6 de junho de 2011

Informação incorrecta II

Milagre!!!

Milagre!!! Milagre!!!

Meus senhores, vivemos num Mundo maravilhoso, esta é a verdade. E quem pensar o contrário é um estúpido conspiracionista.

Surgiu uma bactéria, a já conhecida Escherichia coli, na variante mais mortífera?
De repente milhares de laboratórios do planeta todo começam as pesquisas e, após 18 minutos, eis que surge o remédio: há a vacina!!!

Uma empresa farmacêutica do Canada, a sempre pouco louvada Bioniche Life Sciences Inc., acaba de patentear a primeira vacina do Mundo contra a E.coli.

Após ter digerido um empréstimo estatal de 25 milhões de Dólares, a Bioniche começou a trabalhar sem paragem, dia e noite, noite e dia, até que o milagre aconteceu: pegaram numa vaca que estava tranquilamente a pastar e a pensar no triste destino de ser vaca, injectaram no animal a bactéria e a vaca, com pressa de voltar a pastar, produziu logo os anticorpos.

Que, assim, podem ser retirados e injectados num outro animal, o homem.

Na Bioniche fazem questão de salientar que o procedimento é inócuo para a vaca.
E a vaca confirma.

Mas quantas vacinas podem ser produzidas? E quando? É que aqui na Europa é uma apocalipse, já podemos contar milhões...menos? Ok, milhares...não? Talvez centenas...nem por isso...mas quantos são? 22? Ok, então já temos uma mini-apocalipse com 22 mortos!!!

Resposta: 500 milhões de vacinas num ano, 100 milhões até o final de 2011 (contas um bocado esquisitas, mas enfim, eles são os cientistas, eles é que sabem...).
Doutro lado, alguém tinha previsto este final feliz.
Quem? A Novartis. A sempre pouco louvada Novartis.

Que há um ano atrás (exactamente um ano) publicou na revista PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences) os resultados dum estudo.

Os técnicos da Global Head of Vaccines Research of Novartis Vaccines and Diagnostics (wow!) conseguiram espreitar o genoma da Escherichia coli e perceber que os tempos estavam maduros.

Explica Rino Rappuoli, chefe da equipa: 


A genómica oferece um potencial crescente em matéria de investigação, e individuámos antígenos que ninguém tinha identificado antes. Estes antígenos são capazes de proteger, em modelos que têm sido identificados, mas também estão presentes e conservados em quase todos os Escherichia, portanto, têm potencial para serem utilizados como componentes de uma vacina universal.

Isso foi há um ano.
Passados 12 meses, eis um surto de E.coli (variante "assassina") ameaça a saúde do género humano e uma empresa do Canada anuncia ter a vacina.

Grande sorte a nossa.
A Novartis que antecipa o futuro, uma farmacêutica canadiana que tem a vacina específica contra a bactéria E.coli O157:H7, a mesma que flagela o Velho Continente...Nós, meros mortais, temos que curvar-nos perante a Ciência e os seus misteriosos poderes esotéricos.

Grande sorte mesmo.
Ipse dixit.