(Papa Bento XV. Encíclica "Spiritus Paraclitus", de 15 de setembro de 1920, sobre São Jerônimo, Padre e Doutor da Igreja).
"Um zelo tão ardente em salvaguardar a integridade da Fé, atirava São Jerônimo em veementíssimas polêmicas contra os filhos rebeldes da Igreja, que ele considerava seus inimigos pessoais: 'Ser-me-á suficiente responder [dizia ele] que jamais poupei os hereges e que empreguei todo o meu zelo em fazer dos inimigos da Igreja meus inimigos pessoais'. Em uma carta a Rufino ele escreveu: 'Há um ponto em que não poderei concordar contigo: poupar os hereges, não me mostrar católico'. (...) Sabemos com que vigor ele combatia os inimigos da Igreja. Aplaudindo seu jovem companheiro de armas, Agostinho, que sustentava os mesmos combates, e felicitando-o por haver com este atraído sobre si o furor dos hereges, Jerônimo lhe escreveu: 'Honra à tua bravura! O mundo inteiro tem os olhos postos sobre ti. Os católicos veneram e reconhecem em ti o restaurador da antiga fé, e, sinal ainda mais glorioso, todos os hereges te amaldiçoam e me perseguem contigo com um ódio igual, matando-nos pelos seus desejos, na impossibilidade nos imolar sob seus gládios'. Este testemunho se acha magnificamente confirmado por Postumiano, em Sulpício Severo: 'Uma luta de todos os instantes e um duelo ininterrupto com os maus concentravam sobre Jerônimo os ódios dos perversos. Nele, os hereges odeiam aquele que não cessa de os atacar; os clérigos, quem lhes recrimina a vida e os crimes. Mas todos os homens virtuosos, sem exceção, o amam e admiram'. Este ódio dos hereges e dos maus levou Jerônimo a suportar penosos sofrimentos, sobretudo quando os pelagianos se atiraram sobre o mosteiro de Belém e o saquearam; mas ele suportou com equanimidade todos os maus tratos e todas as injúrias, disposto que estava a morrer pela defesa da Fé cristã".
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