6 de outubro de 2011

A Conjuração Anticristã: O Templo Maçônico que quer se erguer sobre as ruínas da I g r e j a C a t ó l i c a

Monsenhor H ENRI DE L ASSUS
Doutor em Teologia
A
C O N J U R A Ç Ã O
A N T I C R I S T Ã
O Templo Maçônico
que quer se erguer sobre as ruínas da
I g r e j a C a t ó l i c a
As portas do inferno
não prevalecerão
contra Ela.
(Mat., XVI, 8)

TOMO I


NIHIL OBSTAT:
Insulis, die 11 Novembris 1910.
H. QUI L L I E T, s. th. d.
librorum censor
IMPRIMATUR



IMPRIMATUR
Cameraci, die 12 Novembris 1910.
A. MASSART, vic. gen.
Domus Pontificiae Antistes.



Traduzido do original francês
“La Conjuration Antichrétienne - Le Temple Maçonnique
voulant s'élever sur les ruines de l'Église Catholique”,
impresso por Societé Saint-Augustin
Desclée, De Brouwer et Cie.
LILLE, 41, Rue du Metz



SECRETARIA DE ESTADO                                                  Do Vaticano, 23 de outubro de 1910.
DE SUA SANTIDADE

Papa São Pio X

MONSENHOR

O Santo Padre Pio X recebeu com paternal interesse a obra intitulada: “A Conjuração Anticristã”, que me pedistes para Lhe encaminhar em vosso nome. 

Sua Santidade vos felicita afetuosamente por haverdes levado a bom termo a composição dessa obra importante e sugestiva, em seqüência a uma longa série de estudos que igualmente fazem honra a vosso zelo e a vosso ardente desejo de servir a causa de Deus e da Santa Igreja.

As idéias diretrizes de vosso belo trabalho são aquelas que inspiraram os grandes historiadores católicos: a ação de Deus nos acontecimentos deste mundo, o fato da Revelação, o estabelecimento da ordem sobrenatural, e a resistência que o espírito do mal opõe à obra da Redenção. Vós mostrais o abismo a que conduz o antagonismo entre a civilização cristã e a pretensa civilização que regride em direção ao paganismo. Quanta razão tendes em estabelecer que a renovação social só se poderá fazer através da proclamação dos direitos de Deus e da Igreja!

Ao vos exprimir sua gratidão, o Santo Padre faz votos de que possais, com uma saúde sempre vigorosa, realizar inteiramente o plano sintético que traçastes, e como sinal de Sua particular benevolência, Ele vos envia a Bênção Apostólica. 

Com meus agradecimentos pessoais e minhas felicitações, recebei, Monsenhor, a certeza dos meus sentimentos bem devotados em Nosso Senhor.

Cardeal MERRY DEL VAL


 

 

Monsenhor Henri Delassus
Prelado Doméstico
Lille



O Cardeal Merry del Val foi o braço direito de São Pio X n a luta contra os modernistas, precursores do progressismo. Modelo de sacralidade e alta compostura eclesiástica.




À
M A R I A


PRESERVADA DO PECADO ORIGINAL
À VISTA DOS MÉRITOS
DE
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO







Deus disse à serpente:
“Porei inimizades
entre ti e a Mulher,
entre tua posteridade
e a posteridade dEla.
Ela te esmagará a cabeça.
E tu Lhe ferirás o calcanhar”
(Gênesis III, 15)




S O B R E O  A U T O R

(O texto abaixo foi extraído do livro Nobreza e Elites Tradicionais Análogas nas Alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza Romana, do Professor Plinio Corrêa de Oliveira, Livraria Civilização Editora, Porto, 1993)

Monseigneur Henri Delassus (1836-1921)

“Mons. Henri Delassus (1836-1921), ordenado sacerdote em 1862, exerceu o ministério como vigário em Valenciennes (Saint-Géry) e Lille (Sainte-Catherine e Sainte-Marie-Madelaine). Em 1874 foi nomeado capelão da Basílica Notre-Dame de la Treille (Lille). Cônego honorário em 1882 e Prelado Doméstico em 1904. Em 1911 foi promovido a Protonotário Apostólico. Em 1914 tornou-se Cônego da recém-criada diocese de Lille e Deão do Cabido da Catedral. Como escritor publicou as seguintes obras:

Histoire de Notre-Dame de la Treille, Patronne de Lille (1891), L’Américanisme et la Conjuration Antichrétienne (1899), Le Problème de l’Heure Présente: Antagonisme de Deux Civilisations (2 vols., 1904), L’Encyclique “Pascendi Dominici Gregis” et la Démocratie (1908), Vérités Sociales et Erreurs Démocratiques (1909), La Conjuration Antichrétienne: Le Temple Maçonnique voulant s’elever sur les Ruines de l’Eglise Catholique (prefácio do Cardeal Merry del Val, 3 vols., 1910), Condamnation du Modernisme dans la Censure du Sillon (1910), La Question Juive (extraído de La Conjuration Antichrétienne, 1911), La Démocratie Chrétienne: Parti et Ecole vus du Diocèse de Cambrai (1911), La Mission Posthume de Jeanne d’Arc et le Règne Social de Jésus-Christ (1913), Les Pourquoi de la Guerre Mondiale: Réponses de la Justice Divine, de l’Histoire, de la Bonté Divine (3 vols., 1919-1921).

Como jornalista, em 1872 passou a colaborar no periódico “Semaine Religieuse du  Diocèsede Cambrai”, do qual se tornou proprietário, diretor e principal redator em 1874. Fez desta publicação “um bastião contra o Liberalismo, o Modernismo, e todas as formas de conspiração anticristã no mundo”. Com a criação da Diocese de Lille esta revista tomou o nome de “Semaine Religieuse du Diocèse de Lille”, tornando-se órgão oficial do bispado em 1919.
Beato Pio IX | Leão XIII | S. Pio X | Bento XV

Mons. Delassus — que fora ordenado sacerdote sob Pio IX — exerceu a maior parte das atividades do seu ministério sob Leão XIII e S. Pio X, havendo falecido durante o pontificado de Bento XV.

Teve parte saliente nas ardentes polêmicas que marcaram a vida da Igreja durante esses pontificados, sempre movido pelas grandes preocupações que marcaram os pontificados de Pio IX e de S. Pio X. O modo de Mons. Delassus encarar os problemas religiosas, sociais e políticos da Europa e da América do seu tempo era muito afim com o de Pio IX e o de S. Pio X, orientação que defendeu com inteligência, cultura e valentia inexcedível, quer durante o reinado desses dois Pontífices, quer durante o de Leão XIII.

Como é sabido, a interpretação que este último dava ao panorama geral religioso, social e político da Europa e da América no mesmo período, quer como Cardeal-Bispo de Perusa, quer como Papa, em muitos pontos não coincidia — na medida em que tal pode ocorrer entre Papas — com a interpretação de Pio IX e de S. Pio X. A fidelidade de Mons. Delassus à linha de pensamento e de ação que ele seguira sob Pio IX continuaria a seguir durante os pontificados subseqüentes, era própria a expô-lo a incompreensões, advertências e medidas acautelatórias, provavelmente penosas para ele, partidas da Cúria Romana ao tempo de Leão XIII. Ele as recebeu com toda a medida de acatamento preceituado pelas leis da Igreja, mas usando também da medida de liberdade que essas leis lhe asseguravam.

Assim, foi ele objeto de advertências de autoridades locais e da própria Santa Sé devido aos seus ataques contra o Congresso Eclesiástico de Reims (1896) e o Congresso da Democracia Cristã (1897). Em 1898 uma carta do Pe. Sébastien Wyart fez-lhe ver que os seus artigos polêmicos desagradavam ao Vaticano. Logo a seguir a Santa Sé pediu a Mons. Delassus para cessar “a sua campanha refratária e as suas polêmicas violentas”. Em 1902 o Cardeal Rampolla pediu a Mons. Sannois, Bispo de Cambrai, para advertir o jornal de Mons. Delassus, “Semaine Religieuse”.

A ascensão de S. Pio X ao Sólio Pontifício haveria de reparar largamente Mons. Delassus pelos dissabores que sofrera. O Santo Pontífice compreendeu, admirou e apoiou claramente o valente polemista, como esta também apoiou sem reservas a luta antiliberal e antimodernista de S. Pio X. Como reconhecimento ao mérito dessa luta o valoroso sacerdote foi elevado por S. Pio X a Prelado Doméstico em 1904, a Protonotário Apostólico em 1911, tendo também ascendido ao cargo de Deão do Cabido da Catedral de Lille em 1914.1

Durante a Guerra, Mons. Delassus suspendeu compreensivelmente as suas polêmicas tal como o fizeram, em benefício da união nacional contra o adversário externo, os polemistas franceses de todos os matizes. Na aurora da paz, em 1918, Mons. Delassus reacendia a sua chama de polemista. Esta chama sagrada extinguiu-a pouco depois a sua morte.


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1 Por ocasião das bodas de ouro da sua ordenação sacerdotal, Mons. Delassus recebeu do Pontífice a seguinte carta: “Tivemos conhecimento com alegria que daqui a poucos dias completareis cinqüenta anos de sacerdócio. Felicitamo-vos de todo o coração, pedindo a Deus para vós toda a espécie de prosperidades. Sentimo-Nos levado a esse ato de benevolência, que vós bem mereceis, Nós bem o sabemos, tanto pela vossa devoção à Nossa pessoa como pelos testemunhos inequívocos do vosso zelo, seja pela doutrina católica que defendeis, seja pela disciplina eclesiástica que mantendes, seja enfim por todas estas obras católicas que sustentais e das quais a nossa época tem uma tão grande necessidade. “Devido a tão santos trabalhos é de todo o coração que vos dispensamos os merecidos elogios e vos concedemos, de toda a boa vontade, caro filho, a Bênção Apostólica, ao mesmo tempo penhor de graças celestes e testemunho da Nossa benevolência. “Dada em Roma, aos pés de S. Pedro, em 14 de junho de 1912, nono ano do Nosso pontificado. “Pio X, Papa”. (Actes de Pie X, Maison de la Bonne Presse, Paris, 1936, t. VII, p. 236).


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2 Desclée et Cie. Rome, Piazza Grazioli, Palazzo Doria; Lille 41, rue du Metz.


A autoridade do pai na sua família e a dos ancestrais sobre as gerações de que foram o princípio. 

Enfim, o direito de propriedade sobre os bens de que a família ou o indivíduo se tornaram autores por seu trabalho e suas virtudes, e não sobre as riquezas adquiridas pela agiotagem ou pela injustiça.

A Renovação exige essa sêxtupla restauração. Se ela não começa a se produzir num futuro próximo, a sociedade familiar, civil, religiosa se precipitará no abismo em direção ao qual ela corre com uma velocidade que se acelera a cada dia.

Feito esse terceiro trabalho, faltaria reconstruir a síntese da qual jorraria a solução do enigma que inquieta as gerações contemporâneas e que projetaria sua luz sobre o futuro da humanidade.

Septuagenário há cinco anos, o autor não pode esperar cumprir tal encargo. Queira Deus, se isto entra em Seus desígnios, de confiá-lo a quem puder levá-lo a bom termo.

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Ave Cor Mariae!